sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Santos recebe show de blues e oficina de gaita logo após carnaval

James Wheeler e Igor Prado Blues Band fazem dois shows em um, no sábado, dia 27, às 21 horas.  Na quarta, dia 24, às 18 horas, o gaitista Flávio Guimarães ministra oficina grátis . 


Logo após o carnaval o Sesc Santos abre as portas para o autêntico blues com James Wheeler. Trata-se de um dos guitarristas mais experientes de Chicago, cidade considerada o berço do blues urbano.
Ele vem acompanhado pela Igor Prado Band, o conjunto que vem sendo considerado pelo público e critica especializada como um dos melhores do país. A banda é formada Por Igor Prado (guitarra), Yuri Prado (bateria) e Rodrigo Mantovani (baixo).
Na mesma semana os aficionados pela harmônica poderão assistir um workshop com o gaitista Flávio Guimarães, fundador do Blues Etílicos e um dos pioneiros do gênero do Brasil. O workshop é grátis e as inscrições podem ser feitas através da Central de Atendimento do Sesc Santos pelo telefone 3278-9800.

James Wheeler - não é um guitarrista famoso como B.B. King, Buddy Guy ou Robert Cray, seu nome figura no circuito blueseiro norte americano, mas os fãs de blues sabem: Wheeler é um dos segredos mais bem guardados do Chicago Blues.
James Wheeler nasceu em Albany, Georgia, em 28 de agosto de 1937. Suas primeiras influências musicais foram as big bands de sua adolescência, especialmente Glenn Miller, Duke Ellington, e seu primeiro ídolo, Louis Jordan.
Seguindo Golden, seu irmão mais velho, Wheeler mudou-se para Chicago em 1956. Golden havia começado a tocar harmônica nos clubes, ficando amigo de vários músicos de blues da cena da “wind city”, entre eles, o grande gaitista Little Walter.
Foi depois da mudança para Chicago que James Wheeler pegou a guitarra e começou a tocar com músicos locais. À frente dos Jaguars, trio formado por ele na guitarra, Johnny Howard, no baixo e vocal, mais o baterista Sam Burden, pode acompanhar Billy Boy Arnold, B.B. King, Millie Jackson, Mckinley Mitchell, O.V. Wright e Otis Clay.
Clay ficou tão impressionado com a performance de Wheeler que depois que os Jaguars terminaram, em 1972, ele convidou Wheeler para que montasse sua banda de turnê. Esse trabalho durou três anos.
Seguido de uma breve turnê com os Impressions, Wheeler começou a trabalhar em um emprego não musical, pegando apenas “gigs” de finais de semana pela década seguinte.
Em 1986, Wheeler recebeu uma ligação de Otis Rush pedindo que ele tocasse em uma gig de final de semana, o que acabou se tornando um trabalho sério que durou até 1993. Depois de gravar e fazer turnê com o Mississipi Heat, Magic Slim, e Willie Kent, Wheeler lançou, em 1998, Ready, seu álbum solo, além de sua banda, o trabalho trazia também seu irmão mais velho, Big Golden Wheeler, na harmônica e o pianista Ken Saydak.
Seguido de uma turnê muito agitada pela Europa e América do Sul, o segundo lançamento de Wheeler, Can`t Take it, lançado em 2000 também pelo selo Delmark. Can’t Take It destaca todas composições originais de Wheeler, com a mesma banda, com exceção de Ron Sorin substituindo Big Golden na harmônica.


Igor Prado Band – Atualmente é a banda de blues que mais se destaca no cenário nacional fazendo um som pouco difundido no país, o “jump blues” ou “west coast blues”, ambos fusões do blues tradicional acelerado e dançante, com o swing jazz dos anos 30 e 40.
Ao vivo, a Igor Prado Band busca a maior fidelidade ao estilo tanto nos equipamentos originais, os chamados “vintage”, e também no figurino e repertório que varia desde versões de Little Walter e Ray Charles.
O Jump Blues ou West Coast Blues é atualmente muito difundido nos Estados Unidos por artistas recentes como William Clarke, Rod Piazza, Kim Wilson, Mark Hummel, Junior Watson, Little Charlie Baty, entre muitos outros.
Os idealizadores do projeto são os irmãos Igor e Yuri Prado que já trabalharam com vários artistas do cenário Blues de São Paulo, como Robson Fernandes, Sérgio Duarte e Marcos Ottaviano. Participaram de festivais junto com grandes nomes nacionais e internacionais da música como Rod Pizza, Kenny Neal, John Hammond, J.J Jackson, Billy Branch, Eric Gales, Holland K. Smith. Também gravaram com artistas brasileiros de peso, como Flávio Guimarães, Nuno Mindelis, Enrico Crivellaro, Donny Nichilo, Jamie Wood, Johnny Rover e Steve Guyger.
Atualmente a Igor Prado Band é composta por Igor Prado (guitarra), Yuri Prado (bateria), Rodrigo Mantovani (baixo acústico) e Denilson Martins (saxofone barítono).


Flávio Guimarães - Com uma carreira de mais de duas décadas, ele lançou 17 cds, sendo sete álbuns solo e mais dez como integrante e fundador d e uma das maiores bandas de blues brasileiras, a Blues Etílicos. Seu mais recente trabalho, o álbum The Blues Follows Me, é um tributo ao bluesman Little Walter e à Gravadora Chess, da Chicago dos anos 50.
Flávio gravou com Alceu Valença, Cássia Eller, Ed Motta, Fernanda Abreu, Gabriel o Pensador, Luiz Melodia, Paulo Moura, Renato Russo, Rita Lee, Titãs, Zeca Baleiro e Zélia Duncan, entre outros.
Realizou shows de abertura para B. B. King e Robert Cray, além de compartilhar o palco com algumas lendas vivas do blues, como Buddy Guy, Charlie Musselwhite, Sugar Blue e Taj Mahal.
Na gaita diatônica, pelo conjunto de sua obra e por seu pioneirismo, Flávio se tornou a principal referência desse instrumento no país.
Neste workshp o músico demonstrará técnicas da gaita, entre elas: tipos de embocaduras existentes, como obter o vibrato e efeitos especiais, harmonia funcional, além de contar um pouco da história do instrumento e seus principais artífices.

Realização: Sesc Santos e Agência Urbana
Promoção: Litoral FM
Apoios: Clube Assinante A Tribuna, Calango Music e Harmonica Master
Produção: Mannish Blog

Serviço:
Show de James Wheeler e Igor Prado Band
Datas: 27/02/2010
Horário: 21 horas
Local: Teatro do Sesc
Endereço: rua Conselheiro Ribas, 136
Tel: (13) 3278-9800
Preços: R$ 7,50, R$ 15,00 e R$ 30,00 (na bilheteria do teatro)
Indicação: 12 anos
OBS: Cliente Clube assinante A Tribuna ganha 50% de desconto

Workshop: Flávio Guimarães
Data: 24/02/2010
Horário: 18 horas
Indicação: Livre
Preço: grátis


sábado, 6 de fevereiro de 2010

Jason Miles flutua entre o jazz e a música eletrônica


Mais uma entrevista arquivada que vem com atraso. Foi mal. Mas como diz o ditado: antes tarde do que nunca. Ela foi realizada em Rio das Ostras, em junho de 2009, por ocasião do festival, onde Jason Miles se apresentou duas vezes: a primeira no palco principal, Costazul. A segunda, abaixo de uma chuva torrencial, com as ondas castigando as pedras da praia da Tartaruga.
Desde os anos 80 Jason Miles tem se destacado como programador de músicos do nível de Miles Davis, Luther Vandross, Marcus Miller, Whitney Houston, Chaka Khan, Diana Ross, Aretha Franklin, Michael Jackson e muitos outros.
Em carreira solo desde o começo da década de 90, seguiu os ensinamentos de Miles Davis, seu mentor artístico, optando pela fusão de ritmos e gêneros musicais.
O reconhecimento veio com o CD The Music Weather Report, em 2000, pela Telarc. Seu mais recente trabalho, o CD Global Noize, traz uma parceria com DJ Logic. Foi com esse trabalho que Miles aportou no balneário carioca com o encapetado Jerry Brooks (baixo), Brian Dunne (bateria), Michael “Patches” Stewart e, lógico, DJ Logic.

Texto: Eugênio Martins Júnior
Fotos: Cezar Fernandes



EM: Como foram os shows, você gostou?
Jason Miles: Incríveis. Estava chovendo durante toda a tarde e bem na hora do show a chuva parou e as pessoas começaram a chegar. Dava para sentir a energia no ar. Foi lindo.

EM: E a banda o que achou, eu vi você tirando fotos do público.
JM: Cara foi muito excitante, eu faço isso o tempo todo.

EM: Como você classifica sua música, jazz ou música eletrônica?
JM: Acho que o que eu toco é música contemporânea.Toco muitos tipos de música e esse é apenas um dos meus projetos Tributo ao Miles. Gosto de transitar por diferentes tipos de música. Já toquei Marvin Gaye, tenho uma parceira com o DJ Logic que se chama Global Noise, que sofre muitas influências.

EM: Essa é sua primeira vez no Brasil, quando conversamos você mostrou um bom conhecimento da nossa música. Como está sendo este contato com os músicos?
JM: Eu amo o Brasil. Sempre admirei os músicos brasileiros. Posso citar Romero Lubambo, Ciro Batista. Um dos primeiros álbuns de música brasileira que eu ouvi na década de 70 foi o Clube da Esquina, um álbum incrível. Ouvi também o Combo Trio, Jorge Ben, Djavan, Tom Jobim, Caetano Veloso, Sérgio Mendes que foi morar nos Estados Unidos. Amo a vibração, os acordes, a melodia.

EM: Seus shows nesse festival foram em homenagem ao Miles Davis. Gostaria que você falasse um pouco sobre a música dele.
JM: Miles era um futurista. Estava sempre à frente. Não se prendia no que havia feito no passado, ele sempre falava isso quando estávamos juntos. Passamos cinco anos trabalhando juntos e aprendi muito com ele, sobre como encarar a vida, música, comida, ele sacava tudo profundamente.

EM: Qual foi a sua intenção ao gravar Miles to Miles?
JM: Bem, senti que nossa história, todos aqueles grandes momentos, ainda não haviam chegado ao fim, a música ainda não havia acabado. É como se em minha cabeça On the Corner, Bitches Brew tivessem continuação, então é como se ele ainda pudesse estar aqui fazendo a música que ele realmente gostava, por isso tantos grooves, hip hop e DJs, ele adorava esse tipo de arte, ele colocou o jazz um passo à frente. Algumas dessas músicas toquei para Michael Brecker e ele adorou e foi o responsável pela vinda de Bob Berg, Randy Brecker, fizemos algumas demos e achamos que ficaram muito boas.


EM: Você gosta de parcerias, como surgiu a mais recente com o DJ Logic?
JM: Conheci Logic há seis anos. Foi na Moog Fest, uma comemoração aos sintetizadores Moog, foi a primeira vez que isso acontecia e ele estava no me show de Miles to Miles. Ele ia em alguns de meus shows e uma noite fizemos uma jam session no Blues Note e tocamos algumas músicas que seriam o embrião de Global Noize, fomos ao Marrocos e fizemos alguns shows e passamos a tocar juntos desde então.

EM: O que você está achando do festival?
JM: Estou achando lindo, cara. Há muita liberdade aqui e as mulheres são lindas. O público respeita a todos os gêneros muisicais. Não vi uma briga ou algo parecido. Os brasileiros deixam a coisa fluir, são tão amigáveis. Olha, nada é perfeito e o Brasil está longe da perfeição, mas eu vejo a intenção de mudança, uma visão de futuro. Agora eu posso entender e sentir mais sobre a música brasileira conhecendo o povo brasileiro. A bossa nova era como as nossas músicas de big band, outro tipo de música, mas a mesma forma de olhar para o futuro. O festival está maravilhoso, as coisas estão correndo bem e eu estou achando uma experiência ótima. Todos estão amando.

EM: Pelo que você disse o Brasil é um país perfeito, você só tem elogios ao país?
JM: Eu sou uma pessoa muito impaciente, talvez o que mais me incomode é que as coisas aqui acontecem muito divagar. Por exemplo, na noite passada eu tive de ficar em uma fila muito lenta para pegar minha comida, quase vinte minutos (risos). Mas eu não entendo os como é o país, o governo, essas coisa. O que eu realmente sinto é que a vibração dos brasileiros é diferente de todos os países que eu já conheci. Mas isso é assim mesmo, as pessoas de outros países vêem as coisas diferentes. O mesmo acontece com os brasileiros que vão aos Estados Unidos e que ficam espantados com as merdas que consumimos e Disneylândia e tal. Eles adoram o país, mas têm uma posição crítica: “Pô, o governo está fodendo tudo”. Tudo o que os Estados Unidos tem um grande impacto em todo o mundo.

 


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Buckwheat Zydeco fatura o primeiro Grammy


Buckwhwet Zydeco acaba de ganhar um Grammy com seu mais recente trabalho, o CD Lay Your Burden Down (Alligator Records). O prêmio foi na categoria melhor álbum de música cajun. Trata-se do primeiro Grammy da carreira deste que é considerado um dos maiores representantes da música de New Orleans.
Produzido por Steve Berlin e Los Lobos, Lay Your Burden Down é o mais ambicioso trabalho de Buckwheat Zydeco e que possui maior variação de ritmos de sua carreira. O CD funde o ritmo do zydeco com a energia do rock and roll, R&B e funk.
O disco traz cinco novas composições do acordeonista e seis “reinvenções” de músicas de Led Zeppelin, Bruce Springsteen, Gov’t Mule, Captain Beefhheart, Jimmy Cliff e J.J. Grey & Mofro. Entre os convidados: Sonny Landreth, Warren Haynes, Steve Berlin, JJ Grey, and Trombone Shorty.